Fonte: https://www.tribuna.com.mx/mexico/Coronavirus-en-perros-Estos-son-los-sintomas-que-podrian-presentar--20200122-0190.html
Antes de sabermos sobre o
coronavírus que infecta os cães, vamos a seguinte pergunta: este vírus é
transmitido do animal para o homem?
Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), não há evidências de que os cães possam ser infectados
ou transmitir a COVID-19 aos humanos. O coronavírus possui várias cepas, e o
canino (CoVC) não é semelhante aos SARS (causador da Síndrome Respiratória
Aguda Grave em humanos) ou MERS (causador da Síndrome Respiratória no Oriente
Médio em humanos).
Com o objetivo de
monitorar o coronavírus, um importante laboratório americano, a Idexx, publicou em seu site que desenvolveu um teste de Covid-19 para pets, já realizado em
milhares de animais. A boa notícia: todos deram negativo! Isso reforça a ideia
de que pets não contraem ou transmitem o vírus.
De acordo com o Conselho
Regional de Medicina Veterinária do Estado de Mato Grosso, o coronavírus existe
desde a década de 1960 e age de forma diferente em cachorros, se manifestando
principalmente como uma gastroenterite, como vômitos e diarreia. O contágio
acontece somente entre cães.
Portanto, não há
necessidade de abandoná-los quando eles apresentarem sinais e sintomas desta
virose. Basta tratar e mantê-los em repouso para melhor recuperação. E não
esquecer da vacina V8, V10 ou V12, que os protege deste vírus (ou minimiza os
sintomas, caso sejam infectados).
O coronavírus canino
(CoVC) é um vírus RNA positivo pertencente à espécie Alphacoronavirus 1,
subgênero Tegacovirus, gênero Coronavirus, família Coronaviridae,
ordem Nidovirales. Foi descoberto em 1971 na Alemanha durante um surto
em cães sentinelas, através do isolamento de um CoVC em fezes de cães com
suspeita de enterite infecciosa.
Tem sido associado a
surtos esporádicos de gastroenterite moderada em cães de todas as idades e
raças, porém com maior gravidade em filhotes.
A doença ocorre com maior
frequência em canis, abrigos e locais onde há convívio entre os cães. O vírus é
altamente contagioso e dissemina-se rapidamente na população canina.
Coronavírus
Fonte: https://www.trespm.mx/eco/pet-s/el-coronavirus-puede-afectar-a-los-perros
Há suspeita de que a
introdução inicial de COVID-19 aos seres humanos possa ter vindo de uma fonte
animal; porém, a rota predominante de transmissão subsequente parece ser de
humano para humano.
Estudos detalhados
demonstraram que o SARS-CoV foi transmitido de civetas* para humanos e o
MERS-CoV foi transmitida de camelos e dromedários para humanos.
Coronavírus
respiratório canino (CoVCR) –
É um vírus de RNA que representa uma causa
emergente de doença respiratória em cães
no mundo inteiro. Sua presença tende a se correlacionar com doença leve, porém ele foi
detectado em surtos graves de doença do trato respiratório. A infecção com o coronavírus
respiratório canino pode predispor a outras infecções bacterianas e virais.
É
detectável com uso de RT-PCR em amostras de lavado transtraqueal ou
broncoalveolar, ou swabs de garganta.
O CoVCR pode aparecer como patógeno no caso de Doença Respiratória
Infecciosa Canina – DRIC, conhecida como “Tosse dos Canis”, causando sinais respiratórios
superiores descritos como “tosse leve” (apesar de ser altamente contagioso).
Atualmente não existem
vacinas para prevenir essa infecção.
Patologia –
O período de incubação é de
1 a 4 dias em campo e 24h a 48h em experimentação.
Após a ingestão, o vírus
invade e se replica nas células epiteliais das vilosidades do intestino delgado,
com excreção nas fezes iniciando-se entre um e dois dias após a infecção. O
vírus passa pelo estômago, resistindo ao pH ácido e, após a replicação no
epitélio do duodeno, dissemina-se na superfície intestinal até o íleo. Não foi
demonstrada a replicação do vírus no colón. O vírus pode disseminar-se aos
linfonodos mesentéricos e, com isso, pode alcançar o baço e o fígado.
A infecção por coronavírus
das vilosidades intestinais torna as células mais suscetíveis à infecção por
parvovírus, o que torna a doença muito mais grave do que qualquer vírus
separadamente.
Transmissão
–
O
CoVC é eliminado nas fezes de cães infectados por semanas a meses, e a
contaminação fecal do ambiente é a fonte primária de sua transmissão via
ingestão. No entanto, métodos baseados na PCR demonstraram que cães com a infecção
natural eliminaram os vírus por até 6 meses após a doença.
Além das fezes
contaminadas, o vírus pode ser encontrado em fômites, nos quais os cães entram
em contato e acabam por disseminá-los.
Sinais e sintomas –
Fonte: https://www.trespm.mx/eco/pet-s/el-coronavirus-puede-afectar-a-los-perros
Os sinais e sintomas se iniciam entre 1 e 4 dias após a infecção.
Os cães infectados podem apresentar início súbito de diarreia, algumas
vezes precedida por vômitos. As fezes são de coloração alaranjada, de odor
desagradável e, raras vezes, contém sangue. Apresentam sinais como perda de
apetite e a letargia. A presença de febre não é constante. Nos casos graves, a
diarreia pode tornar-se aquosa e resultar em desidratação e desequilíbrios
eletrolíticos.
A infecção conjunta com outros vírus (parvovírus, adenovírus ou vírus da
cinomose), bactérias ou parasitas geralmente produzem uma forma mais severa e
até mesmo fatal da doença.
A maioria dos cães acometidos tem recuperação
espontânea após 8 a 10 dias, quando infectados pelo CoVC.
Diagnóstico –
O
diagnóstico é através da detecção de partículas virais nas fezes.
É
difícil estabelecer o diagnóstico definitivo de doença induzida pelo CoVC, que
pode ser detectado em fezes frescas. Sua identificação através da microscopia
eletrônica necessita de amostras fecais não concentradas, o que nem sempre é
possível.
O
teste ELISA pode detectar o antígeno em animais com suspeita da doença.
Títulos séricos positivos desse vírus em cães acometidos podem confirmar a
exposição a ele.
Tratamento –
Fonte: https://www.infobae.com/america/mundo/2020/01/23/que-es-el-coronavirus-canino-y-cuales-son-los-sintomas-que-puede-tener-tu-perro/
O tratamento consiste em dar suporte
para o cão infectado, estabilizando os sintomas e fortalecendo o sistema
imunológico para que este combata o vírus, pois não há um medicamento que
combata diretamente este agente.
Cães severamente
afetados podem precisar de fluidos intravenosos para combater a desidratação.
É importante ter o controle de infecções
bacterianas e parasitárias concomitantes, que agravam os sintomas da doença.
Prevenção -
As vacinas múltiplas V8, V10 ou V12 previnem os cães da
coronavirose canina, sendo indicadas a partir de 45 dias de vida do animal (3
doses, após 21 dias da anterior), e reforço anual. Mesmo quando vacinados, os
cães podem apresentar a doença, mas com gravidade menor (sintomas mais
brandos).
É de extrema importância manter o ambiente higienizado,
evitando fezes expostas e o contato do cão com fezes de outros cães e possíveis
fômites contaminados.
O coronavírus pode ser inativado pela maioria
dos detergentes e desinfetantes comerciais.
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Curiosidade
–
*Civeta - animal
encontrado na Malásia, no arquipélago de Sonda e nas Filipinas. Tem hábitos
noturnos e alimenta-se de frutos e de raízes diversas, bem como de serpentes,
rãs, insetos, ovos e qualquer pequeno mamífero que consiga apanhar. Pode viver
cerca de 14 anos em cativeiro, desde que bem tratado. Há também a civeta africana,
com características e hábitos distintos da asiática.
Referências –
Greene, Craig E.
Doenças Infecciosas em Cães e Gatos / Craig E. Greene;
tradução Idilia Vanzellotti, Patricia Lydie Voeux. - 4 ed. - Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2015
http://fait.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/9hW6wcB73z9FvqP_2015-2-3-15-48-50.pdf
https://en.wikipedia.org/wiki/Canine_coronavirus
https://www.bonde.com.br/pets/saiba-o-que-e-o-coronavirus-canino-e-como-proteger-seu-pet-513890.html
https://www.zoetis.com.br/prevencaocaesegatos/posts/c%C3%A3es/atualizacoes-sobre-doencas-respiratorias-canina.aspx#
https://saude.abril.com.br/blog/pet-saudavel/pets-podem-contrair-transmitir-coronavirus/