TEMA 2: INTOXICAÇÃO –
ANIMAIS PEÇONHENTOS
ACIDENTES ESCORPIÔNICOS
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Escorpiões são animais
invertebrados pertencentes à Classe Arachnida,
Ordem Scorpiones. São encontrados em
todos os continentes, com exceção da Antártida, preferencialmente em zonas
tropicais. Também são encontrados em regiões desérticas e florestas.
São animais carnívoros, que
se alimentam de insetos, como grilos e baratas, mas são capazes de permanecerem
longos períodos sem se alimentar. Por enxergarem mal, eles percebem o meio ambiente
através de uma estrutura chamada pente, localizada na parte ventral do tórax,
que permite ao escorpião tatear o solo para sentir as vibrações de sua presa.
Têm hábitos noturnos, ocultando-se
em locais sombreados e úmidos, como pedras, troncos, entulhos, telhas, pilha de
tijolos, entre outros locais.
Não põem ovos; os filhotes
desenvolvem-se dentro da mãe e o nascimento ocorre por meio de parto. A
gestação dura de 2 a 3 meses, dependendo da espécie.
http://www2.ibb.unesp.br/Museu_Escola/2_qualidade_vida_humana/Animais_domesticos_sinatropicos/escorpiao/interesse_medico_biologia.htm
No Brasil, há várias espécies de escorpiões,
tais como Tityus bahiensis, Tityus stigmurus (escorpião-do-nordeste),
Tityus trivittatus, Tityus cambridgei (escorpião-preto), Tityus serrulatus (todos pertencentes
ao Gênero Tityus).
Acidentes com pequenos animais ocorrem por estes
serem curiosos, sendo que os escorpiões só atacam quando são molestados ou se
sentem ameaçados. Não são animais agressivos. Grandes animais, como bovinos e
equinos, também podem sofrer picadas, mas esses acidentes são mais raros.
Ocorre com maior incidência no período de outubro a dezembro, época quente e
chuvosa em que esses animais se reproduzem mais, pois há aumento da oferta de
alimentos (insetos).
Citarei duas espécies que mais causam acidentes:
GÊNERO TITYUS ►
Escorpião amarelo –
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Classe: Arachnida
Ordem: Scorpiones
Família: Buthidae
Nome
científico: Tityus serrulatus
Nome vulgar:
Escorpião amarelo
Mede de 5 a 7 cm de comprimento. Tem coloração
amarelada, pernas e palpos sem manchas, cefalotórax e abdômen escuros. Possui
uma serrilha no 4º segmento da cauda e a presença de espinho no
télson. É encontrado na região Sudeste, e também no Paraná, Bahia e sul de
Goiás.
Esta espécie só apresenta espécies fêmeas, onde
os óvulos transformam-se diretamente em embriões que dão origem a novas fêmeas
(processo denominado partenogênese).
Escorpião marrom –
Classe: Arachnida
Ordem: Scorpiones
Família:Buthidae
Nome
científico: Tityus bahiensis
Nome vulgar:
Escorpião marrom
Mede de 5 a 7 cm de comprimento. Tem coloração
marrom avermelhada, cefalotórax e abdômen mais escuros e sem manchas. Possui
apêndices mais clatos com manchas na mesma cor do corpo. É encontrado na Bahia,
Mato Grosso do Sul, ao norte da Argentina e no Paraguai.
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Sintomas: vão depender da
espécie de escorpião e da quantidade de veneno inoculado, onde uma única picada
pode levar a óbito. Em alguns casos, pode-se ver o ferrão preso na pele do
animal. Os sintomas mais frequentes são dor intensa no local da picada (com irradiação no
membro afetado), salivação intensa, náusea, vômito (o veneno age no centro do
vômito, no SNC – sistema nervoso central), diarreia, dor abdominal, cansaço,
tremores, espasmos musculares, arritmias cardíacas, alterações da pressão
arterial, convulsões, choque (neurogênico, devido à dor intensa) e coma.
Nas
alterações da pressão arterial, o órgão atingido é o rim, podendo ocorrer
insuficiência renal por causa da alteração da pressão arterial.
Pode
ocorrer edema pulmonar devido a processo inflamatório dos vasos sanguíneos do
pulmão, onde há aumento da permeabilidade vascular e extravasamento de líquido,
atingindo o interior dos alvéolos pulmonares, que ficará preenchido por esse líquido.
Tratamento: depende da gravidade
das manifestações.
Administrar
analgésicos para aliviar a dor no local da picada (via oral ou anestésico
local). Também administrar diurético (exemplo: Manitol). Para aliviar o vômito,
pode-se interrompê-lo com anti-emético (exemplo: Ondansetrona).
Fluidoterapia
e medicações de suporte são imprescindíveis até a recuperação completa do
animal.
Soro
anti-escorpiônico – 5 a 10 ampolas para casos moderados e graves.
Prevenção: para evitar condições propícias ao abrigo e
proliferação de escorpiões, algumas medidas devem ser adotadas -
http://www.saocarlosemrede.com.br/
- Manter limpos quintais, jardins, sótãos, garagens e depósitos, evitando acúmulo de folhas secas, lixo e demais materiais como entulho, telhas, tijolos, madeiras e lenha;
- Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques;
- Acondicionar o lixo em recipientes fechados para evitar baratas e outros insetos;
- Realizar roçagem de terrenos.
Curiosidade –
http://pataniscassatanicas.blogspot.com.br/2016/01/arrefecimento-global-e-baratas-gigantes.html
Os escorpiões que viveram na Era Carbonífera
eram muito maiores (atingiam até 86 cm de comprimento), pois havia muito
oxigênio (concentração era de 35 a 40%, contra cerca de 21% nos dias de hoje).
Com mais oxigênio disponível no ar, os animais eram maiores, pois estes
respiram através de difusão de gases do meio externo, que entram por pequenos
canais distribuídos ao longo do corpo até chegar aos tecidos e células. Então,
quanto maior o animal, mais oxigênio é utilizado.
(*) Sempre
procurar a ajuda de um médico veterinário, que saberá a dose correta dos
medicamentos e o tempo ideal a serem administrados.
Você pode consultar os pontos
para atendimento dos acidentes de animais peçonhentos no site www.cve.saude.sp.gov.br.
No Instituto
Butantan o atendimento especializado gratuito é realizado 24 horas pelo
Hospital Vital Brazil, inclusive com atendimento telefônico.
Colabore enviando informações sobre a
ocorrência desses animais em sua região.
Referências –
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/fernanda-fragata/noticia/2016/01/escorpioes-tambem-sao-um-risco-para-o-seu-pet.html
http://www.resumaodeveterinaria.com.br/intoxicacao-por-animais-peconhentos/
http://www.funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2010/03/cartilha.pdf
http://www.dddrin.com.br/informe-se/biblioteca-de-pragas/escorpioes/
http://ead.hemocentro.fmrp.usp.br/joomla/index.php/programa/adote-um-cientista/109-os-aracnideos-escorpioes