TEMA
2: INTOXICAÇÕES
ACIDENTES CAUSADOS POR SAPOS
http://vivamaisfelizcomanimais.blogspot.com.br/2014/11/meu-cachorro-mordeu-um-sapo-que-fazer.html
Os anfíbios pertencem a Classe Amphibia; são animais vertebrados
tetrápodes (de quatro pés), que compreende os sapos, as rãs, as salamandras
aquáticas e as cecílias. Foi a primeira a aparecer no planeta Terra, por volta
de 300 milhões de anos. Em algumas ilhas da Indonésia, existem espécies raras e
antigas que viveram na Idade do Carvão, período este que foram o grupo
dominante.
No mundo, existem cerca
de 6.600 espécies, levando em consideração que algumas foram extintas.
Os anfíbios têm
capacidade de viver na água e fora dela; sua pele precisa estar constantemente
úmida, pois funciona como um meio de respiração para estes animais, como também
absorção de água. Possuem pulmões, que são estruturas simples, e as rãs e sapos
possuem ouvidos e um coração de complexidade superior, comparado aos seus
ancestrais.
Todas as espécies de
anfíbios produzem substâncias tóxicas, umas mais e outras menos potentes. Estas
substâncias são produzidas pelas glândulas serosas encontradas na pele desses
animais. Geralmente, as glândulas ficam na região da cabeça.
Os cães são mais
acometidos que os gatos; intoxicações nos grandes animais são raras.
Os cães e gatos atacam os
sapos (por exemplo), causando a compressão das glândulas com consequente
eliminação do veneno, que entrará em contato com a mucosa oral e pele não
íntegra. Muitos cães e gatos se intoxicam somente pelo contato da mucosa bucal
com a secreção, não necessariamente mordendo o animal.
Glândula paratoide
http://www.petsedicas.com/2016/02/sapo-e-venenoso.html
Secreção de veneno pela
glândula paratoide direita
http://www.herpetofauna.com.br/MecanismosDefesa.htm
Em época de chuvas, os
acidentes causados por anfíbios ocorrem com maior frequência.
GÊNERO BUFO ►
Os sapos verdadeiros do gênero Bufo são quase cosmopolitas e representados no Brasil por oito ou
mais espécies. Conhecem-se facilmente pela pele seca e áspera, cheia de
verrugas, as extremidades curtas, que não permitem saltos grandes, os hábitos
terrestres e as cores pouco vivas. A cor do lado dorsal lembra areia, argila ou
terra.
Serão citadas três espécies de sapos que provocam
intoxicações: Bufo ictericus (mais
comum), Bufo schneideri (comum em
propriedades rurais) e Bufo marinus (comum
em cidades litorâneas).
Bufo ictericus
https://br.pinterest.com/bioclarice/anf%C3%ADbios/
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Bufonidae
Gênero: Bufo
Espécie: Bufo ictericus
Nome popular:
sapo-cururu
Nome científico atual: Rhinella icterica
Espécie encontrada na
floresta atlântica do sudeste e sul do Brasil, bem como em Misiones, na
Argentina, e ao leste do Paraguai.
Possui hábitos noturnos,
abrigando-se durante o dia entre raízes de árvores, no solo ou entre pedras.
Na fase adulta
alimenta-se de alguns insetos, lesmas e até ratos pequenos.
A espécie, apesar de
necessitar de águas correntes e limpas, ocorre com relativa frequência nas
cidades.
Bufo schneideri
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/6742/rhinella_schneideri.jpg?sequence=1
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Bufonidae
Gênero: Bufo
Espécie: Bufo schneideri
Nome popular: -----
Nome científico
anterior: Bufo paracnemis
Nome científico atual: Rhinella schneideri
Espécie encontrada entre
o Uruguai e Bolívia, e também no Paraguai e Argentina. No Brasil, é encontrada
principalmente nos estados da Bahia, Pernambuco, Mato Grosso, Goiás e Região
Sul.
É um animal de grande
porte, possuindo membros curtos e coloração que varia de castanho-claro a
escuro.
Os adultos desta espécie
são andarilhos, podendo ser encontrados a quilômetros de distância da água. Tem
hábitos noturnos; durante o dia abrigam-se sob pedras e troncos de madeiras,
pilha de tijolos, entre outros locais.
Os adultos se alimentam
de insetos variados.
Bufo marinus
http://www.natgeocreative.com/photography/1342154
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Bufonidae
Gênero: Bufo
Espécie: Bufo marinus
Nome popular: sapo comum
Nome científico atual: Rhinella marina
Essa espécie ocupa um
território muito vasto, que se estende das margens do Rio da Prata para o Rio
Grande do Sul.
Mede cerca de 7 cm de
comprimento e possui a coloração marrom.
Alimentam-se de insetos,
larvas, caracóis, camundongos e até serpentes.
O mecanismo de defesa
desses animais contra seus predadores são as glândulas paratoides (citadas no texto), localizadas
na região posterior à órbita ocular, que produzem e estocam um líquido mucoso
esbranquiçado.
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- Composição do veneno: adrenalina, noradrenalina, setotonina, bufoteninas, di-hidrobufoteninas, bufotioninas.
A manifestação dos
sinais clínicos se dá rapidamente após a intoxicação, sendo que a morte pode
ocorrer 15 minutos após o aparecimento dos sinais clínicos. A morte está
relacionada com o efeito cardiotóxico do veneno, causando fibrilação
ventricular.
Sinais clínicos: hipersalivação,
mucosas hiperêmicas, apatia, vômitos, ansiedade, cegueira, taquipneia e dor
abdominal. Podem apresentar sinais nervosos, incluindo convulsões, ataxia,
nistagmo, opistótomo, esturpor e coma.
Diagnóstico: o diagnóstico preciso
de intoxicação por veneno de sapo muitas vezes não é possível, devido às
dificuldades técnicas do isolamento do agente intoxicante, tendo o diagnóstico baseado
nos sinais clínicos e no histórico.
Tratamento (*): preconiza-se a
administração de sulfato de atropina e propanolol, podendo-se ainda utilizar
lidocaína ou verapamil para o controle das arritmias. A fluidoterapia auxilia
na hemostasia (perda de líquido pelas fezes, urina e vômito). A oxigenoterapia,
às vezes, se faz necessária.
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http://toxicouece.blogspot.com.br/
Caso for visto o exato momento
do contato do cão (ou outro animal) com o anfíbio, aconselha-se lavar
imediatamente a boca e a gengiva desse cão com bastante água corrente; após
esse procedimento, procure um médico veterinário. Se notar os sinais clínicos
já manifestados (o contato ocorreu anteriormente), busque imediatamente
atendimento veterinário.
Curiosidades
–
- As rãs verdadeiras pertencem a família Ranidae, das quais só existe uma no Brasil, a Rana palmipes, conhecida no Norte como jia.
Rana palmipes
http://www.reisecology.com/album/photo-gallery-wildlife1/neotropical-green-frog-rana-palmipes-cristalino-jl-jpg/
- A espécie cultivada no Brasil é a Rana catesbeiana, conhecida como rã-touro, nativa dos Estados Unidos.
- As rãs são comestíveis por não possuírem glândulas paratoides (secretoras de veneno).
- GÊNERO PHYLLOBATES ► Phyllobates terribilis
Phyllobates terribilis
http://veja.abril.com.br/galeria-fotos/os-mais-incriveis-coloridos-e-venenosos-sapos/
Essa espécie de anfíbio possui o veneno mais letal
entre os sapos, tanto para o homem quanto para os animais. Como exemplo, o
menor contato de animais com objetos nos quais esses sapos tiveram contato já o
suficiente para haver a intoxicação e provável óbito. É encontrada na Colômbia,
Bolívia, Equador, Brasil e por toda área tropical da América do Sul. Pode
chegar a 5 cm de comprimento quando adulto. Tem como predador principal a
serpente Liophis epinephelus, que é
resistente ao veneno dessa espécie, mas não totalmente imune.
Liophis epinephelus
http://10degreesabove.com/fire-bellied-snake-liophis-epinephelus-tenorio/
(*) Sempre procurar a ajuda de um médico veterinário, que saberá
a dose correta dos medicamentos e o tempo ideal a serem administrados.
Para saber
mais –
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/21992/000661025.pdf?sequence=1
https://www.agoramt.com.br/2014/11/papo-de-veterinario-a-intoxicacao-de-caes-com-veneno-de-sapo/
http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/16068
http://drashirleydecampos.com.br/noticias/16069
http://www.klimanaturali.org/2015/10/anfibios-venenosos-do-planeta.html
http://books.scielo.org/id/d4mmz/pdf/benchimol-9788575414064-46.pdf
http://www.culturamix.com/animais/anfibios/curiosidades-sobre-os-anfibios/
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