sábado, 4 de fevereiro de 2017

INTOXICAÇÕES - MEDICAMENTOS

TEMA 2: INTOXICAÇÃO – MEDICAMENTOS

http://mundologia-veterinariaebiologia.blogspot.com.br/2015/10/medicamentos-humanos-toxicos-para-caes.html


Há uma diversidade de medicamentos disponível no mercado e muitos deles são vendidos sem prescrição médica. Essa facilidade pode parecer favorável, mas acarreta muitos problemas caso não seja vista com cautela.
É comum o uso indevido de medicamentos por humanos, e isso se estende aos animais. Tutores de animais podem prejudicar a saúde destes ao invés de ajudar, por falta de informação ou falta de tempo e dinheiro para levá-lo ao médico veterinário. O descuido no armazenamento do medicamento também pode causar problemas por ingestão indevida, por animais mais curiosos.
Qualquer medicamento é potencialmente tóxico; isso vai depender da dose administrada, da raça do animal e da espécie (cada espécie possui metabolismo diferente e necessita de dosagem diferente).  
A idade também influencia no grau de intoxicação. O metabolismo hepático dos filhotes só é total após o quarto mês de vida; portanto, quaisquer doses nesses animais podem ser prejudiciais à saúde. Animais mais idosos e com problemas hepáticos também podem apresentar problemas.

Gatos
http://ongadota.blogspot.com.br/2016/07/medicamentos-perigosos-para-caes-e-gatos.html

Os gatos possuem uma deficiência na enzima responsável pelo metabolismo dos fármacos – a glicuronil transferase - que é encontrada no fígado. Com isso, devem-se administrar com cautela os medicamentos necessários, não podendo ter base na posologia indicada para cães.
Os gatos também apresentam a hemoglobina mais susceptível a oxidar. Isso dificulta o transporte do fármaco, fazendo com que a distribuição seja mais lenta e o acúmulo pode causar intoxicação.

Sistemas afetados nas intoxicações medicamentosas

Farmacodermias lesões na pele que podem ser causadas por medicamentos de uso tópico, injetável ou oral. Geralmente as lesões regridem ao cessar o uso do medicamento.

Gastrointestinais são comuns ocorrer vômito e diarreia. Vômitos podem ser branco e espumoso (indicativo de gastrite), bilioso (indicativo de problemas hepáticos), com presença de sangue digerido (lembra borra de café) ou sangue vivo (hematêmese). A diferença do sangue (digerido ou vivo) vai depender do comprometimento do órgão.  Sangramentos muito intensos causam acúmulo rápido do sangue e o extravasamento é maior, saindo junto com o vômito. As diarreias podem apresentar sangue vivo (hematoquezia) ou sangue digerido (melena). Quando ocorre hematoquezia, é um indicativo de que o sangramento provém da última porção do intestino delgado ou do intestino grosso; quando ocorre melena, indica que o sangramento provém da boca, esôfago, estômago e duodeno, pois se torna digerido até sair nas fezes.

Neurológicos o fármaco pode causar excitação ou depressão; também pode causar convulsão e ataxia.

Cardiovasculares o fármaco pode causar alterações na frequência cardíaca, como taquicardia ou bradicardia, e também arritmias (alterações no ritmo cardíaco).

Respiratórios o fármaco pode causar alterações brandas na frequência respiratória (taquipneia e bradipneia), como também causar alterações severas, tais como edema de glote e reação anafilática, podendo levar o animal a óbito por asfixia.

Seguem na lista abaixo alguns medicamentos proibidos e restritos para animais:

v  Medicamentos proibidos para gatos

• Ácido acetil salicílico (Aspirina®)
• Paracetamol (Tylenol®, Anador®)
• Pseudoefedrina (Claritin®, Tylenol Sinus®, Loratadina®)
• Salicilato de Bismuto (Pepto Bismol®, Peptozil ®)
• Ibuprofeno (Advil®)
• Piroxican (Feldene®, Inflamene®)
• Enema de Fosfato (Fleet Enema®)
• Xampu a base de Alcatrão (Sebotrat -O®, Ionil T®, Politar®)
• Xampu com Benzoato de Benzila (Acarsan®)
• Xampu com Ácido salicílico
• Xampu com Sulfeto de Selênio (Selsun Ouro®, Selsun Azul®)
• Peroxido de Benzoila – usar com cautela (Peroxidex®, Sana Dog®, Pertopic®)
• Piretróide (Antiparasitário como Butox® )
• Levamisol (Ascaridil®)
• Azatioprina (Imuram®)
• Piridium®
• Diclofenaco potássio (Cataflan®)
• Diclofenaco sódico (Voltaren®)

v  Medicamentos proibidos para cães

• Diclofenaco de potássio (Cataflan®)
• Diclofenaco sódico (Voltaren®) e a grande maioria dos anti-inflamatórios de uso humano
• Piridium®

  v  Medicamentos com o uso restrito em cães

• Ivermectina (Ivermec®, Vermectil®, Ivomec® entre outros)
A ivermectina tem amplo uso em cães, mas as raças collie, border collie, Pastor de Shetland, sheepdog, bearded collie, pastor australiano e todos os seus cruzamentos são intolerantes ao seu princípio, apresentando sérias alterações neurológicas.

    v  Medicamentos de uso controverso em cães

• Acetaminofem/Paracetamol (Tylenol®)
• 5- Fluororacil (Efurix®) – De uso tópico se ingerido causa grave intoxicação
• Risperidona (Risperidon®)

v  Medicamentos que requerem atenção à dosagem para cães

• Metronidazol (Flagyl®) – Dose alta pode causar sintomas neurológicos
• Sulfa-Trimetroprina (Bactrim®) – Quando em dose alta podem causar displasia de medula óssea levando a anemia e hepatopatia em labradores
• Sulfassalazina (Azulfin®) – Pode causar olho seco (KCS) nos cães
• Aspirina – A dose em cães deve ser muito menor que a dose em humanos

Alguns destes medicamentos são mais usados por humanos (venda sem receita médica) e, com isso, levam mais risco para os animais pelo fácil acesso (armazenamento inadequado) ou por estarem ao alcance do tutor, caso ocorra algum mal estar no animal (medicação por conta própria):

Ácido Acetilsalicílico (Aspirina®, AAS®, Doril®, Melhoral®)

   
Imagens: www.google.com

Este anti-inflamatório é muito tóxico para os gatos. Em humanos, o fármaco é eliminado de 3 a 4 horas; nos gatos, são necessários 3 dias para a eliminação do fármaco, o que predispõe à intoxicação. Caso seu uso seja imprescindível, deve ser utilizado sob a supervisão de um médico veterinário.

Sinais clínicos em gatos: ausência de apetite, vômito, salivação, emagrecimento, desidratação, febre, depressão, inflamação do fígado, anemia, incoordenação motora, convulsão e óbito.

Diclofenaco (Cataflan®, Voltaren®)

 
Imagens: www.google.com

Este anti-inflamatório e analgésico não é bem metabolizado por gatos e, principalmente, por cães, sendo altamente tóxico para estas espécies. Seu uso é totalmente contra-indicado para ambos.

Sinais clínicos em cães e gatos: diminuição ou ausência de apetite, vômito com sangue, fezes escuras, presença de sangue no ânus, sensibilidade abdominal, desidratação, gastrite, úlceras gástricas, hemorragia gástrica, congestão do fígado, necrose de rins, inflamação do intestino com hemorragia, edema e congestão do pulmão.

Paracetamol (Tylenol®, Parador®, Acetofen®)  


Imagem: www.google.com

Este analgésico não é bem metabolizado por cães e, principalmente, por gatos, sendo altamente tóxico para estas espécies. Seu uso é totalmente contra-indicado para ambos.

Sinais clínicos em cães: depressão, vômito, dores abdominais, inchaço (rosto, patas, membros dianteiros) e sinais associados à falência do coração e do fígado, podendo levar a morte.

Sinais clínicos em gatos: depressão, vômito, hematúria (sangue na urina), dificuldade para respirar, queda da temperatura corporal, fraqueza generalizada, cianose (mucosas azuladas), coma e óbito.

Dipirona (Novalgina®, Anador®)
  
 

Imagens: www.google.com

Este fármaco pode ser tóxico para os gatos devido ao fornecimento de doses repetidas.

Sinais clínicos em gatos: vômito com sangue, gastrite, gastroenterite, úlceras com hemorragias gastrointestinais, prostração e anorexia.

Ibuprofeno (Advil®, Brufen®)

 
Imagens: www.google.com

Fármaco anti-inflamatório e antipirético, contra-indicado para cães e gatos.

Sinais clínicos em cães e gatos: vômito, diarreia, dor abdominal, sangramento gastrointestinal, dificuldade respiratória, sintomas neurológicos, coma e morte.

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Medicar um animal por conta própria é muito arriscado. Apesar da boa intenção em querer amenizar o mal-estar ou dor que ele possa estar sentindo, pode causar sérias complicações.
É importante armazenar medicamentos em locais onde os animais não têm acesso, neutralizando o risco de ingestão e provável intoxicação.

Sempre procurar a ajuda de um médico veterinário, que saberá a dose correta dos medicamentos e o tempo ideal a serem administrados.


Referências –

http://mundologia-veterinariaebiologia.blogspot.com.br/2015/10/medicamentos-humanos-toxicos-para-caes.html

http://www.cvgarra.com/2016/03/02/lista-de-remedios-que-sao-proibidos-para-caes-e-gatos-e-alerta-sobre-os-riscos-da-auto-medicacao/

http://ongadota.blogspot.com.br/2016/07/medicamentos-perigosos-para-caes-e-gatos.html

https://dicaspeludas.blogspot.com.br/2013/06/ivermectina-seu-uso-indevido-pode-ser_1.html

http://www.resumaodeveterinaria.com.br/intoxicacao-por-medicamentos/


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