sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

INTOXICAÇÕES – INSETOS HIMENÓPTEROS


TEMA 2: INTOXICAÇÕES – INSETOS HIMENÓPTEROS

www.mdsaude.com

              As abelhas são insetos himenópteros (Ordem Hymenoptera), assim como as vespas e as formigas (Tabela 1). As abelhas Apis mellifera são insetos utilizados, mas não domesticados pelo homem, há centenas de anos.

Revista Médica de Minas Gerais
http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/618

                 Acidentes por picadas de abelhas, vespas, marimbondos e formigas são comuns em animais. Os cães e os gatos são brincalhões e curiosos por natureza. Esse comportamento costuma causar tais acidentes, pois os insetos não hesitarão em proteger a si mesmos ou a colmeia, caso sintam-se ameaçados. Animais a pasto também estão propensos a sofrerem esse tipo de acidente, pois pode haver colmeias em diversos locais, e que o menor estímulo faz com que os insetos se tornem agressivos e ataquem esses animais.

Foto: http://meusanimais.com.br/a-picada-de-abelha-ou-vespa-no-cao-como-agir/
             
              As abelhas realizam a ferroada como forma de defesa contra ataques aos indivíduos ou às colmeias. O ferrão é uma modificação do aparelho ovipositor e está presente apenas nas fêmeas. O veneno é produzido por células da glândula do veneno e injetado no momento da ferroada. Ao picar, elas perdem parte do aparato inoculador, morrendo em seguida. Este aparato possui músculos próprios, que continuam injetando a peçonha mesmo após a separação do resto do corpo.
          As mamangavas ou mamangabas, que são abelhas das Subfamílias Bombinae e Euglossinae, não perdem o ferrão, podendo ferroar várias vezes. As que pertencem a Subfamília Meliponinae, conhecidas como abelhas sem ferrão, embora possuam este aparato, não causam acidentes por picadas, mas podem produzir mel tóxico.
             As picadas de vespas são piores, pois estas podem picar repetidas vezes ao se sentirem ameaçadas.
 As picadas de formigas, geralmente, são na barriga, pois os animais tendem a deitar em gramados, por exemplo, podendo atingir um formigueiro. Também atingem as patas e focinhos.

Foto: Google imagens

Embora uma única picada possa causar desconforto ao seu cão ou gato, múltiplas picadas podem ser fatais.

Manifestações clínicas: acidentes causados por abelhas podem causar três tipos de reações – local, tóxica sistêmica e anafilática. 

→ Local: ocorre quando o animal sofre uma ou poucas ferroadas. Os efeitos são restritos ao local do ataque, com rápida instalação de dor, eritema e edema, que podem persistir por algumas horas ou dias. Os cães e gatos apresentam, em geral, edema nas regiões facial, periorbital e/ou auricular.

→ Tóxica sistêmica: é resultado de muitas ferroadas. As alterações clínicas incluem apatia, anorexia, icterícia, hemoglobinúria, vômitos, diarreia, dispneia, convulsões, depressão do sistema nervoso central, hipertermia e choque.

→ Anafilática: é própria do sistema imunológico em animais sensíveis, que foram anteriormente picados, e pode ser desencadeada por uma única ferroada. Essa reação foi descrita apenas em cães, que apresentam letargia, hematúria, ataxia e convulsões. Também podem apresentar angiodema, prurido e urticária. Nos casos graves, há edema de glote e broncoespasmo, podendo levar o animal a óbito.

      Gato picado por abelha
Foto: http://www.criatives.com.br/2016/03/10-gatos-que-aprenderam-que-nao-devem-brincar-com-abelhas/

Diagnóstico: geralmente é feito com o histórico do paciente. Podem ser encontrados ferrões e até insetos mortos no pelo do animal.

(*) Tratamento: o ferrão deve ser removido da pele por meio de raspagem com lâmina, evitando o pinçamento, pois a compressão poderá espremer a glândula ligada ao ferrão e inocular o veneno ainda existente. Para dor, administrar analgésicos. Os glicocorticóides e anti-histamínicos não controlam as reações graves, mas podem reduzir a duração e intensidade dessas manifestações. 
Em casos de reações alérgicas sistêmicas, o ideal é a administração de adrenalina, e nas reações alérgicas tegumentares, indica-se o uso tópico de corticóides e anti-histamínicos (por via oral). 
Nas manifestações respiratórias podem ser controladas com oxigenoterapia, inalações e broncodilatadores. 
Para diminuir o inchaço e acalmar a dor, pode-se aplicar gelo enrolado numa toalha ou fazer compressas frias. Também pode utilizar uma mistura de água e bicarbonato de sódio, se a picada for de abelha ou formiga, ou de vinagre diluído em água, em caso de picada de vespa (uso tópico). 
É importante manter as condições vitais e do equilíbrio ácido-básico no organismo do animal acometido.

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(*) Sempre procurar a ajuda de um médico veterinário, que saberá a dose correta dos medicamentos e o tempo ideal a serem administrados.
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Para saber mais –

http://www.crmvmg.org.br/cadernotecnico/75.pdf
http://revistameupet.com.br/saude/saiba-o-que-fazer-caso-seu-animal-seja-picado/297/#             
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/animais-peconhentos-abelha
http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/print.php?conteudo=1487
http://www.ehow.com.br/picadas-vespas-marimbondos-caes-info_195820/
http://meusanimais.com.br/a-picada-de-abelha-ou-vespa-no-cao-como-agir/

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

INTOXICAÇÕES - SERPENTES

TEMA 2: INTOXICAÇÕES - ANIMAIS PEÇONHENTOS

https://pt.vecteezy.com/arte-vetorial/119769-animais-pe-onhentos

Animais peçonhentos são reconhecidos como aqueles que produzem ou modificam algum veneno e possuem algum aparato para injetá-lo na sua presa ou predador. Os principais animais peçonhentos que causam acidentes no Brasil são algumas espécies de serpentes, de escorpiões, de aranhas, de lepidópteros (mariposas e suas larvas), de himenópteros (abelhas, formigas e vespas), de coleópteros (besouros), de quilópodes (lacraias), de peixes, de cnidários (águas-vivas e caravelas), entre outros. Os animais peçonhentos de interesse em saúde pública podem ser definidos como aqueles que causam acidentes classificados pelos médicos como moderados ou graves.
Os acidentes por animais peçonhentos e, em particular, os acidentes ofídicos foram incluídos pela Organização Mundial da Saúde na lista das doenças tropicais negligenciadas que acometem, na maioria dos casos, populações pobres que vivem em áreas rurais.


ACIDENTES OFÍDICOS

www.google.com.br

          Picadas de serpentes são comuns em sítios e fazendas, mas também podem ocorrer nas grandes cidades. No Brasil, existem 70 tipos de serpentes venenosas, mas apenas algumas têm importância no caso de acidentes ofídicos. São elas: a cascavel, a jararaca, a surucucu e a cobra coral.
A maioria dos acidentes é relatada durante o verão e a primavera, provavelmente porque as baixas temperaturas das outras estações do ano reduzem o metabolismo das serpentes e, consequentemente, a atividade das mesmas.
Os cães e gatos domésticos são mais acometidos na região do focinho e pescoço, na maioria dos casos, ao passo que bovinos e equinos são mais atingidos nos membros (anteriores e posteriores) e abdômen.

Animal se recusa apoiar membro anterior direito após acidente botrópico
http://rehagro.com.br/plus/modulos/noticias/ler.php?cdnoticia=2203

Nos gatos domésticos foi relatado que o número de picadas de serpentes é pequeno em decorrência da agilidade desses animais. Em bovinos, o número de mortos por picada de serpentes é bastante considerável, estando na maioria das vezes, relacionados à picada de cascavel.

Gato picado por serpente
http://www.doctordog.com

O veneno é produzido pelas glândulas de veneno supralabiais, presentes nos dois lados da cabeça, ao longo dos maxilares. A constituição dos venenos é bastante complexa, contendo toxinas com diversas atividades. Algumas ações que os venenos podem ter são:

ação proteolítica: presente nos venenos botrópico e laquético; promove a desnaturação de proteínas, resultando em necrose no local da picada:
• ação coagulante e anticoagulante: presente nos venenos botrópico, crotálico e laquético; há ativação da cascata de coagulação, gerando consumo do fibrinogênio circulante e formação de fibrina intravascular; há inativação de fatores da coagulação, como o fator XIII (*) e o fator de von Willebrand (**); há hipoagragação plaquetária e trombocitopenia;

(*) fator XIII – a tromboplastina, também conhecida como fator tissular ou fator III, é uma substância presente nos tecidos e no interior das plaquetas (gragmentos celulares), cuja função é transformar a protrombina em trombina na presença de íons Ca++, tendo um papel fundamental no processo de coagulação.
(**) fator de von Willebrand – é uma proteína polimérica sintetizada pelas células endoteliais e megacariócitos; serve como transportador do fator VIII sanguíneo e tem importante papel na coagulação do sangue.

• ação hemorrágica (enzimas metaloproteinases): presente nos venenos botrópico e laquético; atua de forma combinada com a ação coagulante e incoagulante, resultando em hemorragias locais e sistêmicas; rompe a integridade do endotélio vascular e tem atividade de desintegrina;  
• ação neurotóxica: presente nos venenos crotálico e elapídico; é causada pelo bloqueio da placa neuromuscular;
• ação miotóxica: presente no veneno crotálico; promove lise e necrose das fibras musculares; 
• ação nefrotóxica: presente nos venenos crotálico e botrópico; promove lesões tubulares e no endotélio dos vasos, que podem culminar em insuficiência renal aguda.
A gravidade do quadro vai depender da espécie da serpente, volume de veneno inoculado, espécie e tamanho do animal acidentado, tempo decorrido entre o acidente e o tratamento adequado, e local da picada.
O soro antiofídico continua sendo o único tratamento específico utilizado em humanos e animais acidentados.
O soro é produzido em equinos, que são imunizados pela administração de diversas doses do veneno. Quando a concentração de anticorpos antiveneno circulantes estiver em níveis desejados, são realizadas coletas de sangue para obtenção do soro que, posteriormente, será concentrado.
A soroterapia deve ser feita com o soro específico para o gênero da serpente responsável pelo acidente, pois não há proteção cruzada entre os grupos de serpentes. Pode provocar reações de hipersensibilidade, independentemente de sensibilização prévia. Os sinais clínicos mais frequentemente observados nas fases iniciais destas reações são urticária, prurido, tremores musculares, dispneia, tosse e náuseas. Os sinais avançados incluem taquicardia, edema dos órgãos, coagulação intravascular disseminada, hipotermia e falência múltipla dos órgãos.
A fim de evitar a reação de hipersensibilidade, pode ser feita a prova intradérmica para determinar a sensibilidade do paciente, mas este procedimento pode resultar em atraso no tratamento específico.

Acidente botrópico –
Jararaca
http://www.crmvmg.org.br/cadernotecnico/75.pdf

É causado por serpentes do grupo das jararacas. Correponde a aproximadamente 80 a 90% dos acidentes causados por serpentes peçonhentas. O veneno tem ação proteolítica e necrosante. Aumenta o tempo de coagulação ou incoagulabilidade; o paciente muitas vezes morre devido a uma hemorragia intensa. Tem ação vasculotóxica, ou seja, o veneno provoca ruptura dos vasos. É comum observar petéquias hemorrágicas em região abdominal. Tem ação nefrotóxica, causando uma insuficiência renal aguda no paciente.
Todas as espécies de animais domésticos são afetadas pelo veneno botrópico. Os mais sensíveis ao veneno botrópico são os equinos, seguidos pelos ovinos, bovinos, caprinos, caninos, suínos e felinos.


Sinais clínicosprovoca dor e inchaço no local da picada. Em alguns casos pode gerar manchas arroxeadas e sangramento pelos orifícios da picada, além de sangramentos em gengivas, pele e urina. Após 6 a 12 horas da picada, são evidenciadas equimoses, bolhas e necrose. Outros sinais:
  • Apatia / prostração
  • Taquipneia
  • Claudicação
  • Exsudação serosanguinolenta - sai sangue na pele íntegra do animal
  • Sangramento sistêmico - hemorragia muito intensa
Cão picado no focinho por Bothrops apresentando edema
www.google.com.br

Diagnósticofeito pela presença de serpentes no ambiente, ocorrência de acidentes anteriores, manifestações clínicas, com destaque para o edema no local da picada. Frequentemente não ocorre a visualização do ataque, o que pode dificultar o diagnóstico. A confirmação é feita pela resposta à soroterapia antibotrópica.

Tratamento: o específico é feito com o soro antibotrópico ou antibotrópico-crotálico (antiofídico). A fluidoterapia deve ser instituída com solução fisiológica ou de Ringer, enquanto o animal não puder ingerir água. As infecções secundárias devem ser tratadas com antimicrobianos de amplo espectro. Administrar analgésicos e diuréticos (estes para aumentar a taxa de eliminação do veneno).

Acidente laquético –

Lachesis - Surucucu
http://www.crmvmg.org.br/cadernotecnico/75.pdf

É causado por surucucu. Corresponde a 3% dos acidentes causados por serpentes peçonhentas. Este tipo de acidente apresenta quadro similar ao acidente botrópico. O veneno laquético apresenta atividades fisiopatológicas semelhantes às do veneno botrópico. Possui atividades coagulante, hemorrágica, inflamatória e necrosante (proteolítica).

Sinais clínicos:  dor e edema no local da picada, sangramento nasal e gengival, vômitos, diarreia, bradicardia e queda da pressão arterial.

Diagnósticofeito pela presença de serpentes no ambiente, ocorrência de acidentes anteriores e manifestações clínicas. A confirmação é feita pela resposta à soroterapia antilaquética.

Tratamentoantes de se iniciar o tratamento específico, deve-se avaliar a gravidade de acordo com os sinais locais e a intensidade das manifestações vagais (bradicardia, hipotensão e diarreia). O tratamento deve ser feito com soro antilaquético (SAL) e soro antibotrópico-antilaquético (SABL). O tratamento suporte pode ser feito com:
  • Fluidoterapia
  • Analgésicos opióides
  • Limpeza da ferida
  • Antibioticoterapia
  • Anti-inflamatório
  • Transfusão de plasma
  • Sinais graves de parassimpático – fazer atropinização

Acidente crotálico –

Crotalus – Cascavel
http://gcn.net.br/noticias/294177/criancas/2015/08/cascavel

 A causado por cascavel. Corresponde a aproximadamente 10 a 20% dos acidentes causados por serpentes peçonhentas. Afeta o SNC (sistema nervoso central), causando ataxia e convulsão nos pacientes. Normalmente, no local da picada ocorre necrose. Ocorre agregação plaquetária, diminuindo o número de plaquetas circulates, podendo ocorrer hemorragias. O veneno da cascavel atua nos receptores de acetilcolina (Ach), e fica estimulando esse receptor; o animal apresenta contração muscular semelhante à cinomose. Após a picada, dentro de 5 a 10 minutos já começam os sinais clínicos.
As espécies animais mais sensíveis são bovina, equina e ovina, e a sensibilidade em sequência decrescente é caprina, canina, leporina, suína e felina.

Sinais clínicosneste acidente, o local da picada não tem sinal evidente de lesão e a vítima tem sensação de formigamento. O acidentado tem dificuldade em manter os olhos abertos e possui dores musculares generalizadas. Além desses sintomas, podem apresentar:
  • Edema e dor local
  • Ataxia, fasciculações (mioclonia), apatia, decúbito (não consegue se manter em estação). Sedação, flacidez da musculatura da face, ptose palpebral (e prolapso de terceira pálpebra), ptose mandibular
  • Midríase
  • Disfagia
  • Dificuldade de fonação
  • Sialorreia - não é tão intensa
  • Vômito e diarreia
  • Mioglobinúria - presença de mioglobina na urina
  • Proteinúria
  • Sangue oculto
  • Hipotensão
  • Lesões renais secundárias - devido à proteinúria, hipotensão e a mioglobinúria
Em bovinos. os sinais clínicos observados são inquietação e desconforto, seguidos por apatia, letargia, edemaciação discreta no local da picada, tremores musculares, incoordenação motora, decúbito, movimentos de pedalagem e paralisia flácida. Na fase avançada do envenenamento, há dispneia, sialorreia e paralisia do globo ocular.

Cavalo picado por serpente
https://br.pinterest.com/pin/76983474860996291/

Em equinos, incluem aumento de volume no local de inoculação do veneno, apatia e cabeça baixa, miclonias (movimentos de pedalar), dificuldade de movimentação com arrastar das pinças no solo, decúbito e dificuldade para levantar, redução da sensibilidade cutânea, redução dos reflexos auricular, palatal do lábio superior e de ameaça, aumento das frequências cardíaca e respiratória e redução na temperatura retal.
A gravidade do acidente em animais domésticos pode ser classificada como leve, moderada ou grave (Tabela 1).

Manifestações clínicas
Gravidade do envenenamento
Leve
Moderada
Grave
Fácies miastênicas
Ausentes ou tardias
Discretas ou evidentes
Evidentes
Mialgia
Ausente ou discreta
Discreta
Intensa
Mioglobinúria
Ausente
Ausente ou pouco evidente
Presente
Oligúria ou anúria
Ausente
Ausente ou presente
Presente
Tempo de coagulação
Normal ou aumentado
Normal ou aumentado
Aumentado ou incoagulável
Tabela 1. Classificação clínica da gravidade do acidente crotálico
http://www.crmvmg.org.br/cadernotecnico/75.pdf 

Diagnóstico: é feito pela presença de serpentes no ambiente, ocorrência de acidentes anteriores e manifestações clínicas. A confirmação do diagnóstico pode ser realizada pela detecção do veneno circulante por meio de teste ELISA.

Tratamento: o específico é feito com o soro anticrotálico ou antibotrópico-crotálico (antiofídico), administrado por via IV. Diversas medidas de suporte deverão ser empregadas. A sondagem vesical é indicada para evitar a retenção urinária em decorrência da atonia vesical. É importante a fluidoterapia (solução fisiológica ou de Ringer), associada à administração de diuréticos para induzir a diurese.

Acidente elapídico –


Micrurus – Coral Verdadeira
http://www.aprenda.bio.br/portal/?p=5260

É causado por coral verdadeira. Corresponde a 1% dos acidentes causados por serpentes peçonhentas. Neste tipo de acidente não é possível notar alteração importante no local da picada. O veneno possui ação neurotóxica de efeito rápido, começa a fazer efeito depois de 3 minutos após a picada. Age na junção pré-sináptica bloqueando a liberação de acetilcolina, o paciente fica com paralisia flácida, o animal não tem contração muscular.
 O veneno é muito potente e pode matar em minutos. Os sintomas do envenenamento são neurológicos, como dificuldade de abrir os olhos, falta de ar, dificuldade em engolir, insuficiência respiratória aguda.

Sinais clínicos:
  • Parestesia - o animal não tem movimento
  • Vômito
  • Face miastênica
  • Diplopia - visão dupla
  • Dificuldade para deglutição - porque não tem contração muscular
  • Insuficiência respiratória aguda - por causa da falta de contração muscular, o animal não consegue movimentar a musculatura intercostal e nem o diafragma
Diagnóstico: é feito pela presença de serpentes no ambiente, ocorrência de acidentes anteriores e manifestações clínicas. A confirmação do diagnóstico é feita pela resposta à soroterapia antielapídica. O diagnóstico diferencial entre o acidente crotálico e o elapídico é feito pela avaliação e comprometimento de órgãos sistêmicos.

Tratamento: soro antielapídico. Não há tratamento complementar; no caso deste tipo de acidente, internar imediatamente o animal.

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É importante ter em mente que podemos evitar as serpentes se entendermos os hábitos desses animais. As serpentes entram nas propriedades em busca de alimento, que pode ser ovos de patos ou galinhas, pintinhos e pequenos roedores. Se deixarmos lixo em nossa propriedade, ele atrairá os ratos e, portanto, as serpentes.

Você pode consultar os pontos para atendimento dos acidentes de animais peçonhentos no site www.cve.saude.sp.gov.br.

No Institito Butantan o atendimento especializado gratuito é ralizado 24 horaspelo Hospital Vital Brazil, inclusive com atendimento telefônico.
Hospital Vital Brazil
Avenida Vital Brazil, 1500 – Butantã
Telefones: (11) 2627-9529 e 2627-9528
Fax: (11) 3726-7962
CEP: 05503-900 – São Paulo/SP


Para saber mais –

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/acidentes-por-animais-peconhentos
http://www.crmvmg.org.br/cadernotecnico/75.pdf
http://www.resumaodeveterinaria.com.br/intoxicacao-por-animais-peconhentos/
http://www.institutobutanta.com.br/como-tratar-picadas-de-animais-peconhentos/
http://www.webanimal.com.br/cao/acidente_ofidico.htm
http://www.infoescola.com/sangue/tromboplastina/
http://www.medicinageriatrica.com.br/2011/08/22/adesao-das-plaquetas-fator-de-von-willebrand/
http://rehagro.com.br/plus/modulos/noticias/ler.php?cdnoticia=2203