TEMA 1:
PLANTAS TÓXICAS
http://www.agrocim.com.br/noticia/O-Manejo-garante-ovinos-de-alta-qualidade.html
OVINOS – os ovinos são
ruminantes que têm a habilidade de consumir uma grande variedade de alimentos,
dentre eles, ocupam lugar de destaque os pastos, fenos, silagens entre outros.
As pastagens brasileiras são excelentes para os ovinos, devido à vasta gama de
capins existentes em uma mesma superfície. Com isso, podem consumir plantas de
baixa qualidade (ricas em celulose), desde as que vegetam em pântanos salgados
até as moitas espinhosas do deserto.
O conhecimento sobre intoxicações por plantas em
ovinos ainda é limitado por falta de estudos mais profundos. Consomem diversos
tipos plantas que podem ter componentes tóxicos, principalmente em períodos de
escassez, e a falta de estudos não permite uma avaliação mais precisa da
quantidade e do tempo que levam para se intoxicarem.
O tipo e a quantidade da planta ingerida vão
dizer quais sinais e sintomas irão se manifestar no animal, podendo afetar o
sistema respiratório, o sistema gastrointestinal, os sistemas nervoso e
cardiovascular e o fígado, sangue e os rins.
Há uma variedade de plantas que podem trazer
problemas aos ovinos, como, por exemplo, a Lantana
camara (Chumbinho), publicado no dia 11/07/2016. Seguem algumas delas:
FLOR-DAS-ALMAS
http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=116&Numero=34&Caderno=0&Noticia=217307
http://3.bp.blogspot.com/
Nome científico: Senecio brasiliensis Less.
Outros nomes populares: Maria-mole, Tasneirinha,
Vassoura-mole, Cravo-do-campo, Flor-de-finados, Catião.
Princípio ativo: alcaloides não atropínicos.
Parte tóxica: frutos e folhas.
É uma planta nativa do Brasil, abundante e frequente
nas pastagens e roças abandonadas, capoeiras, beira de caminhos, clareiras das
matas, perto de habitações e terrenos baldios.
Quando ingerida alguma das partes tóxicas, pode
causar distúrbios gastrintestinais, náuseas, vômitos, cólicas abdominais e
diarreias. Raramente causa torpor e discreta confusão mental. Quando a doença é
crônica, pode causar problemas no fígado, com evolução para cirrose e necrose,
e lesões pulmonares.
FALSO-ANIL
http://legumminosae.blogspot.com.br/2013/02/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html
Nome científico: Tephrosia cinerea.
Outros nomes populares: Anil, Sena,
Arruda-de-bode.
Princípio ativo: desconhecido.
Parte tóxica: -----
É uma planta rasteira, que mede de 60 cm a 1
metro de altura.
Os ovinos são afetados na época seca, quando não
há disponibilidade de forragens. A planta é pouco palatável.
A doença é conhecida como “barriga-d’água”, pois
a cavidade abdominal apresenta grande quantidade de líquido, causando o aumento
de volume do abdômen. O animal afetado pode apresentar sinais clínicos algumas
semanas ou meses antes de morrerem. Se forem tirados das pastagens, pode se
recuperar. É uma planta nefrotóxica, podendo causar fibrose hepática.
SALSA-BRAVA
http://papjerimum.blogspot.com.br/
https://www.google.com.br
Nome científico: Ipomoea asarifolia.
Outros nomes populares: Salsa-da-praia, Salsa,
Batatarana, Jetirana.
Princípio ativo: pertence a um grupo de plantas
denominadas tremorgênicas, mas seu princípio ativo é desconhecido.
Parte tóxica: -----
Planta que se desenvolve em solos de baixa
fertilidade, com preferência por áreas arenosas. Cresce em margens de córregos,
rios, proximidade de reservatórios de água, terrenos baldios e beira de
estradas.
A intoxicação ocorre na época de seca, quando há
carência de forragens. Não apresenta boa palatabilidade, fazendo com que os
animais a comam somente quando não há disponibilidade de forrageiras de
qualidade.
Os ovinos apresentam tremores musculares e
perturbações na locomoção, agitação, incoordenação motora, perda de equilíbrio
e queda com decúbito lateral. Também apresentam hiperemia (coloração
avermelhada) das mucosas, midríase (dilatação da pupila) e opistótono, onde o
animal arqueia a cabeça e pescoço, na procura por respirar melhor.
COCÃO
http://sites.unicentro.br/wp/manejoflorestal/8496-2/
Nome científico: Erythroxylum deciduum.
Outros nomes populares: Cocão-decíduo, Ata-de-cobra,
Baga-de-pomba, Guajujura, Fruta-de-sagui, Baga-de-juriti.
Princípio ativo: pertence a um grupo de plantas
denominadas tremorgênicas, mas seu princípio ativo é desconhecido.
Parte tóxica: frutos (folhas e frutos apresentam
traços de cocaína).
Árvore nativa de diversas formações florestais,
desde o litoral até florestas semideciduais de altitude. Preferem solos úmidos,
argilosos e até arenosos, e que tenham boa quantidade de matéria orgânica e boa
capacidade de retenção de segurar a umidade da água das chuvas. Pode alcançar 8
metros de altura na floresta.
Os sinais clínicos são predominantemente
neurológicos, tais como dificuldade para acompanhar o rebanho, andar lento com
os membros rijos, incoordenação motora, desequilíbrio, quedas, dificuldade para
se levantar e estação com os membros abertos. Também podem apresentar salivação
intensa, regurgitação, bruxismo (arrastar os dentes), aumento das frequências
cardíaca e respiratória. A morte pode ocorrer quando os animais são
movimentados.
Outras espécies de plantas que podem causar
intoxicação aos ovinos: Carrapichão (Xantium
strumarium), Capim-do-banhado (Panicum dichotomiflorum), Chapéu-de-napoleão
(Thevetia peruviana), Canudo-do-brejo (Ipoema
carnea).
https://www.google.com.br
A prevenção e controle de plantas tóxicas nos
pastos e arredores são essenciais para assegurar a saúde dos animais. Nem
sempre é possível erradicar a planta do ambiente, mas um bom manejo dos animais
(evitando a concentração destes em espaços pequenos, o que causa escassez e
falta de variedade de alimento, por exemplo) faz com que a ingestão proposital
ou acidental não seja feita em quantidade perigosa para a saúde do animal.
O profissional deve conhecer bem as características
das plantas, sua sazonalidade, predominância quanto ao clima e solo e seu
principal princípio ativo. Isso ajudará a ter um diagnóstico mais acertado e
aplicar um tratamento adequado, quando couber.
Se houver suspeita de que o animal tenha consumido
alguma planta tóxica, contate um veterinário imediatamente, fornecendo a ele
toda e qualquer informação que possa levar a um diagnóstico mais preciso.
‘A Natureza é o único
livro que oferece um conteúdo valioso em todas as sua folhas” – Johann Goethe
Referências –
http://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/ovinos-e-caprinos/intoxicacao-por-plantas-do-genero-iipomoea-asarifoliai-62860n.aspx
http://www.cstr.ufcg.edu.br/ppgmv/dissertacoes/dissertacoes/2011/cicero_wanderlo.pdf
http://www.colecionandofrutas.org/erythroxylumdecidu.htm
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2011000300005
http://www.portalagropecuario.com.br/ovinos-e-caprinos/criacao-de-ovelhas/saiba-quais-sao-os-alimentos-certos-para-os-ovinos/
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