quinta-feira, 14 de março de 2019

GLAUCOMA



Fonte: https://www.espacocao.com.br/catarata

O Glaucoma é uma doença considerada grave, de causa multifatorial. Ocorre pela elevação da pressão intraocular (PIO) e pela morte de células da retina e do nervo óptico, causando cegueira irreversível.

O humor aquoso* é constantemente produzido e eliminado. Ele tem a função de nutrir e limpar o olho, além de manter a pressão constante dando forma ao olho. Quando esta síntese (produção) de fluídos ocorre de uma forma excessiva e não há tempo suficiente para eliminar, surge o glaucoma.

*Humor aquoso – fluido composto por glicose, oxigênio e aminoácidos, resultante da ultrafiltração e secreção ativa das células epiteliais ciliares.


Fonte: https://dicaspeludaswordpress.wordpress.com/2012/01/31/glaucoma/

Fonte: https://chdv1991.wordpress.com/category/animals/

Existem diferentes tipos de glaucoma, tais como:

§  congênitos - alterações de nascença geralmente em cães da raça Chiahuahua, Bouvier dês Flandres, Schnauzer Gigante, Cocker Spaniel e Samoieda.

O glaucoma congênito é caracterizado pela elevação anormal da PIO associada à goniodisgenesia*. Dessa forma, há o impedimento da drenagem do humor aquoso na zona do trabeculado e pelas vias não convencionais. Esta condição também é conhecida como displasia dos ligamentos pectinados.

*Goniodisgenesia - desenvolvimento anormal do ângulo de drenagem iridocorneano. Gonioscopia: avaliação do ângulo da câmara anterior do olho, permitindo ao veterinário distinguir entre o glaucoma de ângulo aberto ou fechado e estimar a gravidade da obstrução do ângulo iridocorneal.

§  primários - aparecem sem ter tido doença ocular prévia e são ligados a algumas raças: Akitas, Pugs, Basset hounds, Beagles, Bullmastiffs, Chow chows, Dálmatas, Dogue alemães, Poodles, Schnauzers, Shar peis, Shih tzus, Huskies siberianos e Cocker spaniels.

No glaucoma primário, o aumento da PIO deve-se à obstrução da drenagem do humor aquoso pelo ângulo irido-corneal, na ausência de outras afecções intraoculares pré-existentes.

§   secundários - causados por inflamação, trauma, complicações pós-operatórias, catarata, luxação da lente ou tumor intraocular.

            No glaucoma secundário, a elevação da PIO deve-se à doença intraocular pré-existente ou concorrente que cause obstrução física da drenagem do humor aquoso. Normalmente são condições unilaterais não-hereditárias, porém as doenças que iniciaram seu desenvolvimento podem apresentar predisposição genética em certas raças, como a catarata e a luxação da lente. 

A etiopatogenia do glaucoma ainda não está totalmente esclarecida, mas admite-se o aumento da PIO como o fator responsável pelas lesões oculares.

Recentemente foi descrito glaucoma de baixa pressão, hipertensões oculares sem alterações de campo visual e papila ótica e glaucomas crônicos simples.


Sinais e sintomas –

Os primeiros sinais geralmente passam desapercebidos pelos tutores dos animais e, por este motivo, a doença só é detectada quando a PIO já se encontra muito elevada.

Um dos sinais mais comuns do aumento da PIO é a presença de vasos episclerais ingurgitados e hiperemia conjuntival. A dor pode ser expressa pelo animal ao esfregar os olhos contra o solo ou com as patas.


Vasos episclerais engurgitados e hiperemia conjuntival em olho de cão da raça Husky Siberiano acometido por glaucoma crônico.
Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Vasos-episclerais-engurgitados-e-hiperemia-conjuntival-em-olho-de-cao-da-raca_fig1_242089347


Tratamento –

O objetivo do tratamento é a diminuição da PIO. Para isto, os fármacos podem ser usados isoladamente ou juntamente com procedimentos cirúrgicos, com o objetivo de preservar a função visual de olhos glaucomatosos. O mais comum é aplicar um colírio para controlar o líquido intraocular.

Apesar de seu baixo custo, a pilocarpina não deve ser prescrita como primeira escolha para o tratamento do glaucoma, pois promove quebra da barreira hematoaquosa, deteriorando o quadro clínico oftálmico de pacientes portadores de glaucoma secundário. Por sua alta capacidade em induzir efeitos colaterais, como acidose metabólica, a via tópica tem merecido preferência.

Também se pode realizar um tratamento com analgésicos ou anti-inflamatórios, uma vez que o glaucoma produz uma importante dor ocular.

É importante prevenir a doença no olho não acometido, pois há relatos de que, em até 50% dos casos, estes também desenvolvem a síndrome até dois anos após o diagnóstico do primeiro olho glaucomatoso.


Referências –

https://dicaspeludaswordpress.wordpress.com/2012/01/31/glaucoma/http://www.compuland.com.br/oftalvet/catarata.htm
https://www.peritoanimal.com.br/glaucoma-em-caes-sintomas-e-tratamento-7147.html
http://www.scielo.br/pdf/cr/v37n6/a54v37n6.pdf
http://www.naturalistotalalimentos.com.br/info/glaucoma-em-caes-causas-sintomas-tratamento/
http://www.scielo.br/pdf/cr/v36n6/a49v36n6.pdf
http://oftalmovetrp.com.br/blog/56-glaucoma.html




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