sexta-feira, 15 de julho de 2016

INTOXICAÇÕES - EQUINOS

TEMA 1: PLANTAS TÓXICAS


https://www.google.com.br

EQUINOS – as intoxicações por plantas é menos frequente em equinos, pois estes são mais exigentes em relação à alimentação do que os bovinos (texto publicado em 11/07/2016). Mas alguns fatores podem fazer com que os equinos consumam tais plantas, como a fome, superlotação e a palatabilidade da planta. Também a época de seca, inverno, inundações e queimadas levam à escassez de alimento, o que leva o animal a comer o que tiver disponível. Pode ocorrer de a planta ser misturada no feno, o que pode causar intoxicação.
O tipo e a quantidade da planta ingerida vão dizer quais sinais e sintomas irão se manifestar no animal, podendo afetar o sistema respiratório, o sistema gastrointestinal, os sistemas nervoso e cardiovascular e o fígado, sangue e os rins.

Há uma variedade de plantas que podem trazer problemas aos equinos. Algumas foram citadas nos textos anteriores referentes a intoxicações por plantas, publicados nos dias 03, 07 e 11/07/2016 (Beladona, Dedaleira, Sorgo, Bico-de-papagaio, Erva-de-São-Tiago). Seguem algumas delas: 

*      SAMAMBAIA
http://www.vfthomas.com/checklistsMDI/Tracheophyta_monilophytes/familiarferns%20(in%20prep.).htm

Nome científico: Pteridium aquilinum.
Outros nomes populares: Samambaia-do-campo, Samambaia-das-taperas, Pluma, Samambaia-brava, Pluma-grande.
Princípio ativo: glicosídeo cianogênico.
Parte tóxica: todas as partes da planta.

É um vegetal de característica invasora, sendo bastante frequente em solos ácidos, arenosos e de baixa fertilidade. Infesta campos, matas, beiras de matos e estradas. O broto é onde contém maior concentração do princípio ativo. Após as queimadas, aumenta o potencial de intoxicação, pois a samambaia brota. A ingestão de feno contaminado com samambaia é capaz de intoxicar o animal, pois a fenação não destrói o princípio ativo tóxico.
Sua ingestão pode causar anorexia, incoordenação dos membros posteriores e andar cambaleante. Em estação, os animais permanecem com os quatro membros afastados ou com os membros anteriores cruzados, e a cabeça apoiada em árvores ou barrancos.

*      LEUCENA
http://sites.unicentro.br/wp/manejoflorestal/12375-2/

Nome científico: Leucaena leucocephala.
Outros nomes populares: Árvore-do-conflito, Deserto-verde.
Princípio ativo: mimosina (aminoácido).
Parte tóxica: folhas e sementes.

Planta que tolera solos secos; tem preferência por solos bem drenados e com pouca acidez. Tem o crescimento lento. Possui palatabilidade e digestibilidade satisfatórias.
Não é recomendada para equinos por serem mais sensíveis a mimosina que os bovinos. A intoxicação ocorre quando a planta é administrada como único alimento, ou há consumo por escassez ou acidental.
Sua ingestão pode causar queda dos pelos da cauda e da crina, salivação, perda de peso e úlceras na língua, faringe ou esôfago. Em casos mais graves, pode levar ao óbito. 

*      AVELÓS
http://www.cliquearquitetura.com.br/artigo/plantas-toxicas.html

Nome científico: Euphorbia tirucalli L.
Outros nomes populares: Graveto-do-cão, Figueira-do-diabo, Pau-pelado, Árvore-de-são-sebastião, Pinheirinho, Labirinto, Cassoneira, Cega-olho, Árvore-lápis. Também é chamada planta-de-petróleo porque produz um hidrocarboneto muito parecido com a gasolina.
Princípio ativo: látex irritante, toxalbumina.
Parte tóxica: todas as partes da planta.

Avelós é uma planta que prefere solo arenoso e rico em matéria orgânica, e clima quente e úmido. É suculenta, muito semelhante a um cacto, que pode crescer até 10 metros de altura. É muito usada como cerca viva e como barreira protetora contra incêndios.
O látex irritante pode causar lesões na pele e mucosa, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, dor, queimação e prurido. Quando em contato com os olhos, pode provocar irritação, lacrimejamento, edema de pálpebras e dificuldade de visão. Já a ingestão da planta pode causar náuseas, vômitos e diarreias.
A toxalbumina é uma proteína muito tóxica, que causa efeito altamente irritante sobre a mucosa gastrintestinal.

*      SAIA-ROXA
https://www.google.com.br

Nome científico: Datura metel.
Outros nomes populares: Trompete-do-diabo, Trombeta-roxa, Babado-de-viúva, Zabumba-roxa, Manto-de-cristo, Anágua-de-viúva.
Princípio ativo: alcaloide (daturina).
Parte tóxica: semente.

É um arbusto perene, cultivado no mundo inteiro pela sua beleza e propriedades químicas. Cresce em estado selvagem em climas mais quentes. Suas flores e caule possuem aroma agradável.
A ingestão da semente pode causar náuseas e vômitos, mucosas secas, taquicardia, midríase, febre, agitação psicomotora, distúrbios de comportamento, alucinações e delírios. Nos casos mais graves, pode levar a depressão neurológica, coma, distúrbios cardiovasculares e respiratórios, e óbito. 

*      FIGUEIRA-BRAVA
http://www.discoverlife.org/mp/20q?search=Datura+stramonium&guide=Wildflowers&cl=US/IN

Nome científico: Datura stramonium L.
Outros nomes populares: Estramônio, Erva-dos-bruxos, Figueira-do-demo, Figueira-do-diabo, Figueira-do-inferno, Zabumba.
Princípio ativo: alcaloide tropânico.
Parte tóxica: todas as partes da planta.

É um arbusto que cresce em solos ricos em nitrogênio, atingindo uma altura de até 2 metros. A erva deste arbusto possui odor desagradável, quando fresca.
A ingestão da planta pode causar alucinações, secura na boca, midríase (dilatação da pupila), hipertermia (aumento na temperatura corporal), taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), agitação e delírio. Também pode ocorrer vermelhidão e secura na pele. Nos casos mais graves, pode ocorrer depressão neurológica e coma, distúrbios cardiovasculares, respiratórios e óbito. 

*      ALAMANDA
http://lista.mercadolivre.com.br/jardim/jardinagem/mudas-de-alamanda-amarela

Nome científico: Allamanda cathartica L.
Outros nomes populares: Alamanda-amarela, Alamanda-de-flor-grande, Dedal-de-dama, Dedal-de-moça, Carolina.
Princípio ativo: glicosídeo de esteroides (saponina).
Parte tóxica: todas as partes da planta.

É uma trepadeira arbustiva, que cresce de forma mais intensa em clima quente e em solo arenoso e rico em matéria orgânica. Costuma-se utilizá-la para coroamento de muros. Pode atingir até 5 metros de altura.
Quando ingerida, pode causar distúrbios gastrintestinais intensos, náuseas, vômitos, cólicas abdominais e diarreias. 

*      CICUTA
http://www.ebay.com/itm/100-Wild-crafted-Poison-Hemlock-Conium-maculatum-seeds-eco-harvested-1-2-gram-/251218930133

Nome científico: Conium maculatum L.
Outros nomes populares: Funcho-selvagem, Cicuta-verdadeira.
Princípio ativo: alcaloide piperidínico.
Parte tóxica: todas as partes da planta (frutos não maduros).

Planta herbácea que cresce em solo levemente úmido, permeável, rico em material orgânico, e prefere locais sombreados. Pode atingir de 1 a 2 metros de altura.
Quando ingerida, pode causar náuseas e vômitos (às vezes, há presença de sangue). Quando afeta o sistema nervoso, pode causar vertigens, distúrbios neurológicos, confusão mental, paralisia e coma. Pode levar ao óbito.

*      TEIXO
https://br.pinterest.com/pin/508554982894094690/

Nome científico: Taxus baccata L.
Outros nomes populares: Teixo-colunar, Teixo-fastigiato.
Princípio ativo: toxinas cardiotóxicas.
Parte tóxica: todas as partes da planta.

Planta que cresce em solos calcários, embora prospere em qualquer tipo de solo. Cresce na sombra, mas também consegue viver ao sol. Necessita de umidade e é resistente ao frio (até – 25ºC). Tem o crescimento lento. Não há no Brasil (vale saber sobre ela, a título de curiosidade).
Quando ingerida, pode causar boca seca, vômitos, cólicas abdominais, vertigens, desmaios e dificuldade em respirar. Tem efeito paralisante no coração.

Algumas outras plantas que podem levar os equinos à intoxicações: cardamomo, trevo-branco, paina-de-sapo, arrebenta-boi, glória-do-amanhecer.

http://www.expertoanimal.com/plantas-toxicas-para-caballos-20402.html

A prevenção e controle de plantas tóxicas nos pastos e arredores são essenciais para assegurar a saúde dos animais. Nem sempre é possível erradicar a planta do ambiente, mas um bom manejo dos animais (evitando a concentração destes em espaços pequenos, o que causa escassez e falta de variedade de alimento, por exemplo) faz com que a ingestão proposital ou acidental não seja feita em quantidade perigosa para a saúde do animal.
O profissional deve conhecer bem as características das plantas, sua sazonalidade, predominância quanto ao clima e solo e seu principal princípio ativo. Isso ajudará a ter um diagnóstico mais acertado e aplicar um tratamento adequado, quando couber.
Se houver suspeita de que o animal tenha consumido alguma planta tóxica, contate um veterinário imediatamente, fornecendo a ele toda e qualquer informação que possa levar a um diagnóstico mais preciso.


‘A Natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as sua folhas” – Johann Goethe


Referências –
http://www.bichosbrasil.com.br/plantas-toxicas-para-equinos/
http://ipomeacarnealeucaenaceucocephala.blogspot.com.br/2015/03/leucaena-leucocephala.html
http://pt.slideshare.net/marcioravazoli/plantas-txicas-28614989
http://www.florestar.net/teixo/teixo.html
http://zootecniae10.blogspot.com.br/2012/07/leucena-leucaena-leucocephala.html
http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/tmP7sqM07csESos_2013-5-13-17-8-24.pdf


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