segunda-feira, 25 de julho de 2016

INTOXICAÇÕES - OVINOS

TEMA 1: PLANTAS TÓXICAS


http://www.agrocim.com.br/noticia/O-Manejo-garante-ovinos-de-alta-qualidade.html

OVINOS – os ovinos são ruminantes que têm a habilidade de consumir uma grande variedade de alimentos, dentre eles, ocupam lugar de destaque os pastos, fenos, silagens entre outros. As pastagens brasileiras são excelentes para os ovinos, devido à vasta gama de capins existentes em uma mesma superfície. Com isso, podem consumir plantas de baixa qualidade (ricas em celulose), desde as que vegetam em pântanos salgados até as moitas espinhosas do deserto.
O conhecimento sobre intoxicações por plantas em ovinos ainda é limitado por falta de estudos mais profundos. Consomem diversos tipos plantas que podem ter componentes tóxicos, principalmente em períodos de escassez, e a falta de estudos não permite uma avaliação mais precisa da quantidade e do tempo que levam para se intoxicarem. 
O tipo e a quantidade da planta ingerida vão dizer quais sinais e sintomas irão se manifestar no animal, podendo afetar o sistema respiratório, o sistema gastrointestinal, os sistemas nervoso e cardiovascular e o fígado, sangue e os rins.

Há uma variedade de plantas que podem trazer problemas aos ovinos, como, por exemplo, a Lantana camara (Chumbinho), publicado no dia 11/07/2016. Seguem algumas delas: 

*      FLOR-DAS-ALMAS
http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=116&Numero=34&Caderno=0&Noticia=217307

http://3.bp.blogspot.com/

Nome científico: Senecio brasiliensis Less.
Outros nomes populares: Maria-mole, Tasneirinha, Vassoura-mole, Cravo-do-campo, Flor-de-finados, Catião.
Princípio ativo: alcaloides não atropínicos.
Parte tóxica: frutos e folhas.

É uma planta nativa do Brasil, abundante e frequente nas pastagens e roças abandonadas, capoeiras, beira de caminhos, clareiras das matas, perto de habitações e terrenos baldios.
Quando ingerida alguma das partes tóxicas, pode causar distúrbios gastrintestinais, náuseas, vômitos, cólicas abdominais e diarreias. Raramente causa torpor e discreta confusão mental. Quando a doença é crônica, pode causar problemas no fígado, com evolução para cirrose e necrose, e lesões pulmonares.

*      FALSO-ANIL
http://legumminosae.blogspot.com.br/2013/02/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html

Nome científico: Tephrosia cinerea.
Outros nomes populares: Anil, Sena, Arruda-de-bode.
Princípio ativo: desconhecido.
Parte tóxica: -----

É uma planta rasteira, que mede de 60 cm a 1 metro de altura.
Os ovinos são afetados na época seca, quando não há disponibilidade de forragens. A planta é pouco palatável.
A doença é conhecida como “barriga-d’água”, pois a cavidade abdominal apresenta grande quantidade de líquido, causando o aumento de volume do abdômen. O animal afetado pode apresentar sinais clínicos algumas semanas ou meses antes de morrerem. Se forem tirados das pastagens, pode se recuperar. É uma planta nefrotóxica, podendo causar fibrose hepática.

*      SALSA-BRAVA
http://papjerimum.blogspot.com.br/

https://www.google.com.br

Nome científico: Ipomoea asarifolia.
Outros nomes populares: Salsa-da-praia, Salsa, Batatarana, Jetirana.
Princípio ativo: pertence a um grupo de plantas denominadas tremorgênicas, mas seu princípio ativo é desconhecido.
Parte tóxica: -----

Planta que se desenvolve em solos de baixa fertilidade, com preferência por áreas arenosas. Cresce em margens de córregos, rios, proximidade de reservatórios de água, terrenos baldios e beira de estradas.
A intoxicação ocorre na época de seca, quando há carência de forragens. Não apresenta boa palatabilidade, fazendo com que os animais a comam somente quando não há disponibilidade de forrageiras de qualidade.
Os ovinos apresentam tremores musculares e perturbações na locomoção, agitação, incoordenação motora, perda de equilíbrio e queda com decúbito lateral. Também apresentam hiperemia (coloração avermelhada) das mucosas, midríase (dilatação da pupila) e opistótono, onde o animal arqueia a cabeça e pescoço, na procura por respirar melhor.

*      COCÃO
http://sites.unicentro.br/wp/manejoflorestal/8496-2/

Nome científico: Erythroxylum deciduum.
Outros nomes populares: Cocão-decíduo, Ata-de-cobra, Baga-de-pomba, Guajujura, Fruta-de-sagui, Baga-de-juriti.
Princípio ativo: pertence a um grupo de plantas denominadas tremorgênicas, mas seu princípio ativo é desconhecido.
Parte tóxica: frutos (folhas e frutos apresentam traços de cocaína).

Árvore nativa de diversas formações florestais, desde o litoral até florestas semideciduais de altitude. Preferem solos úmidos, argilosos e até arenosos, e que tenham boa quantidade de matéria orgânica e boa capacidade de retenção de segurar a umidade da água das chuvas. Pode alcançar 8 metros de altura na floresta.
Os sinais clínicos são predominantemente neurológicos, tais como dificuldade para acompanhar o rebanho, andar lento com os membros rijos, incoordenação motora, desequilíbrio, quedas, dificuldade para se levantar e estação com os membros abertos. Também podem apresentar salivação intensa, regurgitação, bruxismo (arrastar os dentes), aumento das frequências cardíaca e respiratória. A morte pode ocorrer quando os animais são movimentados.

Outras espécies de plantas que podem causar intoxicação aos ovinos: Carrapichão (Xantium strumarium), Capim-do-banhado (Panicum dichotomiflorum), Chapéu-de-napoleão (Thevetia peruviana), Canudo-do-brejo (Ipoema carnea).

https://www.google.com.br

A prevenção e controle de plantas tóxicas nos pastos e arredores são essenciais para assegurar a saúde dos animais. Nem sempre é possível erradicar a planta do ambiente, mas um bom manejo dos animais (evitando a concentração destes em espaços pequenos, o que causa escassez e falta de variedade de alimento, por exemplo) faz com que a ingestão proposital ou acidental não seja feita em quantidade perigosa para a saúde do animal.
O profissional deve conhecer bem as características das plantas, sua sazonalidade, predominância quanto ao clima e solo e seu principal princípio ativo. Isso ajudará a ter um diagnóstico mais acertado e aplicar um tratamento adequado, quando couber.
Se houver suspeita de que o animal tenha consumido alguma planta tóxica, contate um veterinário imediatamente, fornecendo a ele toda e qualquer informação que possa levar a um diagnóstico mais preciso.


‘A Natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as sua folhas” – Johann Goethe


Referências –
http://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/ovinos-e-caprinos/intoxicacao-por-plantas-do-genero-iipomoea-asarifoliai-62860n.aspx
http://www.cstr.ufcg.edu.br/ppgmv/dissertacoes/dissertacoes/2011/cicero_wanderlo.pdf
http://www.colecionandofrutas.org/erythroxylumdecidu.htm
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2011000300005
http://www.portalagropecuario.com.br/ovinos-e-caprinos/criacao-de-ovelhas/saiba-quais-sao-os-alimentos-certos-para-os-ovinos/


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