domingo, 24 de julho de 2016

INTOXICAÇÕES - CAPRINOS

TEMA 1: PLANTAS TÓXICAS


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CAPRINOS – a cabra doméstica foi, depois do cão, o primeiro animal a ser domesticado durante o período Neolítico, e o primeiro a produzir leite para o homem. São animais capazes de sobreviver em condições de alimentação escassa e de baixa qualidade, áreas montanhosas e solos pedregosos.
Na criação extensiva, os caprinos alimentam-se de gramíneas, leguminosas, arbustos e folhagens diversas. Consomem cerda de cinco litros de água por dia.
O conhecimento sobre intoxicações por plantas em caprinos ainda é limitado por falta de estudos mais profundos. Consomem diversos tipos de folhagens e arbustos que podem ter componentes tóxicos, principalmente em períodos de escassez, e a falta de estudos não permite uma avaliação mais precisa da quantidade e do tempo que levam para se intoxicarem.  
O tipo e a quantidade da planta ingerida vão dizer quais sinais e sintomas irão se manifestar no animal, podendo afetar o sistema respiratório, o sistema gastrointestinal, os sistemas nervoso e cardiovascular e o fígado, sangue e os rins.

Há uma variedade de plantas que podem trazer problemas de saúde aos caprinos. Seguem algumas delas: 

*      SALSA-BRAVA
http://papjerimum.blogspot.com.br/


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Nome científico: Ipomoea asarifolia.
Outros nomes populares: Salsa-da-praia, Salsa, Batatarana, Jetirana.
Princípio ativo: pertence a um grupo de plantas denominadas tremorgênicas, mas seu princípio ativo é desconhecido.
Parte tóxica: -----

Planta que se desenvolve em solos de baixa fertilidade, com preferência por áreas arenosas. Cresce em margens de córregos, rios, proximidade de reservatórios de água, terrenos baldios e beira de estradas.
A intoxicação ocorre na época de seca, quando há carência de forragens. Não apresenta boa palatabilidade, fazendo com que os animais a comam somente quando não há disponibilidade de forrageiras de qualidade.
Em caprinos, os sinais clínicos são caracterizados por depressão, sonolência, tremores dos músculos da cabeça e pescoço, tremores da cabeça, incoordenação motora, opistótono e nistagmo (movimentos involuntários dos olhos).

*      GUANXUMA
http://cangucuemcores.blogspot.com.br/2011/08/guanxuma-sida-sp.html

Nome científico: Sida carpinifolia L.
Outros nomes populares: Malva-branca, Chá-da-índia, Vassoura, Guanxuma-branca, Guaxima, Malva-preta, Vassoura-de-relógio, Vassoura-do-campo, Vassourinha.
Princípio ativo: alcaloide indolizidínico (swainsonina).
Parte tóxica: -----

Planta subarbustiva, com 30 a 70 cm de altura. Propaga-se exclusivamente por sementes. Prefere solos ácidos e ensolarados. É invasora de lavouras e pastagens, frequente em solos arenosos nas planícies litorâneas.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2002000200004

A ingestão das partes tóxicas desta planta pode provocar alterações neurológicas, tais como tremores de cabeça, dismetria (desorientação espacial), quedas frequentes, dificuldade de apreender e deglutir os alimentos. Também pode causar diarreias, problemas de dentição e em esqueleto e inchaço na cabeça. 

*      ALGAROBA
 
http://www.flowersofindia.net/catalog/slides/Algaroba.html
http://www.flowersofindia.net/catalog/slides/Algaroba.html

Nome científico: Prosopis juliflora.
Outro nome popular: Algarobeira.
Princípio ativo: alcaloides piperidínicos. 
Parte tóxica: favas.

É uma árvore espinhosa que tem rápido crescimento, chegando a 12 metros de altura. Produz frutos no segundo ou terceiro ano após seu plantio. Cresce sobre diferentes classes de solos, mesmo que rochosos, arenosos ou salinizados. Resiste a longas estiagens, com períodos superiores a nove meses de seca.
Para o animal se intoxicar, são necessárias doses acima de 60% da alimentação diária, por longos períodos. Os caprinos não são capazes de digerir totalmente as vagens da algaroba.
Quando ingerida pelos caprinos, pode causar salivação, emagrecimento e tremores dos lábios, da mandíbula e da cabeça, principalmente durante a mastigação. Isso evidencia debilidade nos músculos da mastigação.

Outras espécies de plantas que podem causar intoxicação aos caprinos: Jetirana (Ipoema sericophylla), Canudo-do-brejo (Ipoema carnea), Guizo-de-cascavel (Crotalaria retusa), Cipó-de-rêgo (Arrabidaea corallina).

http://estagiositiodosherdeiros.blogspot.com.br

A prevenção e controle de plantas tóxicas nos pastos e arredores são essenciais para assegurar a saúde dos animais. Nem sempre é possível erradicar a planta do ambiente, mas um bom manejo dos animais (evitando a concentração destes em espaços pequenos, o que causa escassez e falta de variedade de alimento, por exemplo) faz com que a ingestão proposital ou acidental não seja feita em quantidade perigosa para a saúde do animal.
O profissional deve conhecer bem as características das plantas, sua sazonalidade, predominância quanto ao clima e solo e seu principal princípio ativo. Isso ajudará a ter um diagnóstico mais acertado e aplicar um tratamento adequado, quando couber.
Se houver suspeita de que o animal tenha consumido alguma planta tóxica, contate um veterinário imediatamente, fornecendo a ele toda e qualquer informação que possa levar a um diagnóstico mais preciso.

‘A Natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as sua folhas” – Johann Goethe


Referências –
http://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/ovinos-e-caprinos/intoxicacao-por-plantas-do-genero-iipomoea-asarifoliai-62860n.aspx
http://www.fcav.unesp.br/download/pgtrabs/cmv/d/3571.pdf
http://www.ivis.org/proceedings/abmg/2005/pdf12.pdf?LA=7
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/578718/1/CT240.pdf
http://www.ppmac.org/?q=content/guanxuma-vassoura
http://www.veterinariandocs.com.br/documentos/Arquivo/Plantas%20T%C3%B3xicas/Plantas%20T%C3%B3xicas%2002.pdf







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